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Educação | 07 de dezembro de 2021
Desigualdade racial impacta Instituições de Ensino Superior de todo o Brasil
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Desigualdade racial impacta Instituições de Ensino Superior de todo o Brasil

O Brasil possui 56,2% de sua população negra, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de serem maioria no país, os números não refletem o cenário da educação superior nacional – na verdade, são opostos. Hoje, pesquisas evidenciam que levariam décadas até que exista uma equidade racial no universo acadêmico. Para além da disparidade entre os estudantes, a quantidade de negros e pardos lecionando em graduações demonstra que há um longo caminho a ser percorrido em busca da diversidade e da igualdade de oportunidades nas Instituições de Ensino Superior (IES).

A baixa predominância de negros nas universidades está conectada, entre outros fatores, com a renda média da população. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2019, considerando a faixa etária entre 18 e 24 anos, pessoas brancas têm duas vezes mais chances de estarem na universidade ou de já terem concluído o ensino superior, na comparação com pretos e pardos. O mesmo estudo ainda identificou que a diferença salarial entre brancos e negros é, em média, de 45%.

Ainda conforme o Pnad 2019, a concentração de negros (pretos e pardos) em atividades que exigem menos instrução escolar é significativamente maior que a de brancos – se destacam neste sentido as áreas de construção (65,2%), serviços domésticos (66,6%) e agropecuária (62,7%). Considerando o contexto socioeconômico ainda mais sensível em meio à pandemia da Covid-19, a tendência é que as próximas pesquisas confirmem um aumento nesta desigualdade racial. Visto isso, também é parte da missão das IES e do mercado de trabalho fortalecer os núcleos para a diversidade e a inclusão no planejamento de 2022.

Como consequência deste contexto educacional, os professores negros estão em ampla desvantagem nas universidades atualmente. Segundo um levantamento feito pelo jornal Estadão, de São Paulo, o corpo docente tem maioria de pessoas brancas em 97% das Instituições de Ensino Superior. Ou seja, apenas 3% das IES brasileiras têm seu quadro de professores espelhando a distribuição racial da região onde estão. Todas as 59 melhores universidades brasileiras listadas no ranking da revista britânica Times Higher Education, referência mundial na análise do ensino universitário, têm menos docentes negros do que o perfil regional em que estão inseridas.

No ritmo atual, a equidade de oportunidades no Brasil ainda parece um cenário distante para ser alcançado. Segundo o Índice Folha de Equilíbrio Racial (Ifer), feito pelos economistas Sérgio Firpo, Michel França e Alysson Portella em 2019, o Brasil estava no caminho para atingir um nível de equidade entre negros e brancos no ensino superior em pouco mais de uma década – no entanto, a leitura hoje dos especialistas é que a crise econômica freou esse avanço social.

O Ifer desenvolveu um cálculo para medir a desigualdade racial entre -1 e 1. Valores próximos a 1 indicam que negros, relativamente a uma população de referência, estão sobrerrepresentados; enquanto os valores próximos a -1 apontam predominância branca. Já os valores próximos a zero mostram um equilíbrio racial, dada a população usada como referência. De acordo com esse estudo, o desequilíbrio é desfavorável aos negros em todas as regiões do Brasil.

O menor índice de desigualdade está na região Centro-Oeste (-0,290), onde também existe predominância branca, porém mais próximo de uma equidade. Por outro lado, a maior disparidade está no Sul (-0,446), em que a predominância branca é 54% maior que no Centro-Oeste. As outras três regiões do país também registram hoje maioria branca no ensino superior: Norte (-0,355), Nordeste (-0,404) e Sudeste (-0,420). O cálculo de Firpo, França e Portella sugeria que o componente educacional do Ifer iria atingir o patamar de equilíbrio (-0,2) em 12 anos. A total equidade (zero) – se o progresso educacional tivesse sido mantido e o quadro de pandemia não tivesse deflagrado uma crise econômica – estava prevista para acontecer em 27 anos.

As últimas décadas foram de avanço no setor educacional no que se refere à diversidade de pessoas, apesar dos índices alarmantes existentes. Mesmo com o ensino superior ainda marcado pela desigualdade racial, o número de negros (com 30 anos ou mais) com diploma universitário se aproximou de sua representação populacional em 23 dos 27 estados brasileiros. As exceções ficam nos estados do Nordeste Ceará, Alagoas, Piauí e Sergipe, que foram atingidos com ainda mais força pela crise econômica atual.

Para transformar a realidade de desigualdade racial na universidade, é essencial que sejam adotadas políticas públicas e, mais do que isso, exista o engajamento da iniciativa privada. Políticas como a de cotas já vem ajudando a romper a lógica dominante de o espaço universitário não pertencer ao negro no Brasil. Neste contexto, as próprias Instituições de Ensino Superior também têm um papel decisivo para acelerar iniciativas de inclusão que contemplem tanto os estudantes quanto os professores, buscando mais equidade racial na sala de aula e no corpo docente.

FONTE: Assessoria Martha Becker

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